quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Come tutto è iniziato - Antônio Miguel D'AMATO (1901-1988)

 Ciao famiglia! Va bene?




Neste  segundo post, quero continuar contando como começou o meu amor por genealogia. Estou à princípio respeitando uma ordem cronológica do meu desenvolvimento, visando incentivar mais e mais pessoas a buscarem sua história familiar. Genealogia é algo viciante. Sempre dá vontade de procurar mais e mais! É como buscar um tesouro: você não se satisfaz até encontrar o que busca!!! Poderia escrever uma enciclopédia inteira sobre o prazer que a busca genealógica me proporciona. Mais pra frente vou falar dos parentes individualmente, fiquem calmos. É como sempre digo: genealogia é paciência. Hahaha!


O tempo... o que falar dele? Amigo e inimigo, ao mesmo tempo. E foi justamente o tempo que me ensinou muita coisa. Um desses aprendizados está retratado na fotografia que iniciei este post. Nesta foto, tirada na década de 1950, estão respectivamente em ordem: minha querida avó Clarice D'AMATO (1930-2003); a segunda provavelmente é minha trisavó Vincenza Maulá (1866-1959) ou a também trisavó Firmina Henriques de Faria (1868-?) e que ainda não descobri qual das duas era; meu bisavô ANTÔNIO MIGUEL D'AMATO (1901-1988); minha bisavó Zulmira de Faria Henriques (1900-1971); e meu tio-avô Luiz Gonzaga D'AMATO (1929-1975). Deles, só conheci pessoalmente a minha avó Clarice mesmo, a quem tenho muitas saudades. 


Segundo o conhecimento que tenho hoje, este mesmo dia foi a última oportunidade que esta foto poderia ter sido tirada, pois meu bisavô deixou pra trás sua família um dia após a "comemoração" de bodas de casamento. Depois disso, pouco ou nada se soube do meu bisavô Antônio Miguel D'Amato até poucos meses atrás (estou escrevendo este post em 27/01/2021). E já de cara eu declaro: não vou julgar atitude de ninguém, e espero também que isto não seja feito por ninguém aqui! Um dos primeiros grandes aprendizados que tive na Genealogia é que não sou eu quem tenho que dizer quem é herói ou vilão, quem tava certo ou quem tava errado. A busca é pura e simplesmente pela absorção e registro dos fatos, e no mais é você que decide o que fazer e no que acreditar.


Pois bem, vamos lá. Recado dado. A separação dos meus bisavós causou uma grande divisão no conhecimento histórico da nossa família, e eu só descobri isso aos 25 anos de idade. Foi em meados de 2014, num sábado monótono de trabalho, que decidi ressuscitar minha árvore genealógica no site FamilySearch.org . Como membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, somos incentivados desde bem novinhos a buscar nossa história familiar (um dia faço um post só pra explicar o porquê, e vocês vão gostar de saber!). Mas na verdade eu nunca levei a sério esta prática. Eu já tinha começado a criar minha árvore muito antes, lá por volta de 2004 ou 2005, pra montar o meu lado materno (os Melos de Cabaceiras, PB), e nunca me interessei de fato buscar o lado paterno...


...só que o sobrenome "D'Amato" me encantava. Me causava curiosidade, e às vezes até um pouquinho de raiva: "se eu não o tenho no nome, vou me interessar pra quê???", pensava eu. Sabe de nada, inocente. Tempos antes, numa conversa com minha tia Maria Lúcia D'AMATO ("tia Nem" - até hoje, uma das minhas principais ajudantes nesta parte do trabalho), ela me "apresentou" a ele historicamente. Um pequeno recorte de jornal bem guardado, com sua foto, dizia que Antônio Miguel D'AMATO era um cantor de ópera respeitado e requisitado nas missas da Igreja dos Salesianos (Niterói, RJ), e com atuações até no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Chegou a ser considerado uma das vozes mais bonitas do século XX, segundo aquela reportagem. Eu pensei: "Minha nossa, isso é sério?! Quem é ele então???".





Fui buscar outras informações sobre o meu bisavô. Os primeiros relatos não foram muito bons, justamente porque a lembrança que se tinha dele na minha parte da família é de que ele era "o fugitivo". Cheguei a me chatear um pouco (com isso e também com ele no início, mas só então entendi a minha imparcialidade e o papel dela nas buscas genealógicas), então comecei a buscar mais. Coloquei mais informações no FamilySearch, e de pouquinho em pouquinho a história foi se desenhando como tinha de ser.

No começo, pensei ter encontrado o meu parente italiano mais próximo. Ledo engano. Pouco tempo depois é que descobri que, na verdade, meu bisavô era nascido em Nova Friburgo (RJ) e sim o seu pai, MARCO D'AMATO (1869-1932), era o imigrante italiano. Meu desejo por cidadania italiana ficou uma geração mais longe, e eu comecei a me preocupar... Até então, eu falava pra todo mundo que o meu bisavô era italiano. Enganei muita gente, sem saber. Desculpem-me!

Grande foi a emoção quando encontrei o registro de nascimento da minha avó, Clarice Faria D'AMATO. Lá estavam os nomes dos meus trisavós (expressamente) italianos, além dos nomes dos sogros dele. Eu fiquei muito feliz! Agora eu sabia documentalmente quem era meu bisavô, casado com quem, e filho de quem!!! Isso aumentou a minha curiosidade. Não posso omitir que de alguma forma eu já sabia o primeiro nome do meu trisavô Marco, mas me recordo que esta informação ficou "solta" e sem comprovações durante anos, até que o registro da minha avó Clarice fosse encontrado.

No mesmo dia (23 de março de 2019), encontrei o registro de nascimento de seu filho mais velho, Luiz Gonzaga D'AMATO. Poucos anos antes (talvez 2015 ou 2016), busquei, encontrei e entrei em contato com suas três filhas no Facebook: Juliete, Valéria e Rita. Todas me ajudaram, mas a tia Juliete foi incrível! Ela me deu muitos dados sobre a família de Antônio Miguel, como por exemplo o nome dos seus irmãos. E aquilo foi montando todo um quebra-cabeça... Meu bisavô estava sendo desvendado.

Embora ele seja até hoje uma das pessoas da minha árvore que mais superficialmente eu sei algo (se considerado o fato de sua proximidade histórica ao nosso tempo versus quantidade de documentos que tenho sobre ele), acabei descobrindo um fato que já até tinha desistido de conseguir nos próximos 10 ou 20 anos. Sim, com a ajuda da prima Dani Polari (e do destino - ela faz questão de frisar isso, rsrs!), finalmente encontramos o "elo perdido" da história dele dentro da nossa história: sua filha do segundo casamento, Andrea D'AMATO.

Temos um grupo da família D'AMATO no Whatsapp, assim como no Facebook, e usamos estas ferramentas para compartilhar conhecimento. Foi por lá que me "aproximei" da prima Dani Polari, que é neta de Rosa D'AMATO (1870-1946), prima de meu trisavô Marco, e que vem a ser prima de segundo grau do meu bisavô Antônio D'AMATO. Numa das conversas, citei que era de conhecimento nosso que ele tinha formado outra família na Zona Sul do RJ, e que teria tido pelo menos mais uma filha que nós nunca nem soubemos o nome. Já aqui em Guimarães (Portugal), eu estava passeando no shopping com minha família quando um sentimento habitual me bateu no peito, dizendo: "Dá uma olhada no seu Whatsapp agora". Olhei, e vi várias mensagens da Dani no privado. Em resumo, dizia que numa ONG de cuidado de animais abandonados ela havia encontrado a Andrea D'Amato, que afirmou ser filha de Antônio Miguel, meu bisavô, e me passou o contato dela para conversarmos...

Eu demorei uns dois ou três dias pra processar a informação. Aquilo não era mais encontrar um simples documento numa tela de computador, mas uma PESSOA cuja existência era sabida e muito procurada! E se ela tivesse raiva de nós, a primeira família de seu pai? O que ela ouviu sobre nós durante todos estes anos? Como eu poderia mesmo começar a conversar com ela? A tarefa não era tão fácil quanto parece, meus amigos. Se eu falasse uma palavra errada no momento errado, poderia pôr à baixo um desejo construído há anos! Mas graças ao Pai Celestial eu descobri uma pessoa mais do que MARAVILHOSA na minha tia-avó (tá bom, "tia!" - ela quer ser chamada assim, hahaha). Foi tudo o contrário que eu imaginei: nossa família foi um tabu para a família dela, pois meu bisavô não gostava de tocar no assunto consigo e a sua mãe. Tia Andrea, filha única, me contou nunca ter tido muitas informações sobre o passado de seu pai, já idoso à época de sua concepção. Pra mim é uma responsabilidade e um prazer muito grande saber que, pelo menos por agora, sou o único sobrinho de sangue em contato com ela (e provavelmente serei só eu mesmo...). Ainda não nos encontramos pessoalmente, mas pretendo fazer isto ainda este ano lá no Brasil. E muito ainda temos que conversar e descobrir dos dois lados da família dele.

Então, desta forma, termino este longo post sobre o meu bisavô Antônio Miguel D'Amato, sendo ele o primeiro alvo das minhas pesquisas. São histórias assim que eu quero contar mais pra frente. Queria contar mais e melhor, mas vai ficar pra depois. Às vezes, o conhecimento sobre um antepassado é muito difícil de se buscar, mas em outras vezes ele só vem... naturalmente. O importante é acreditar que vai conseguir. O meu bisavô certamente teve suas razões para tomar as escolhas que tomou sobre o destino de sua vida. Flamenguista fanático como eu, acredito que não seja esta a única coincidência que poderíamos encontrar um no outro. Músico, cantor, ator, marido e pai, além de alfaiate profissional. Ele certamente tinha muita história pra me contar, muito conhecimento pra passar, mas infelizmente nunca soube do meu nascimento, pois faleceu um ano antes de eu ter nascido.

E assim fica registrado na memória.
Antônio Miguel, um saudoso D'AMATO. 







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sábado, 23 de janeiro de 2021

Il primo post!

 Ciao  a tutti! Come stai?


Hoje, dia 23 de janeiro de 2021, eu... Filipe Melo (D'Amato) Rodrigues... começo um novo projeto e mais um importante passo para a unificação da família D'AMATO em todo o mundo. Não sei se haverá sucesso ou repercussão, mas não me importo. Não é isto que procuro. Este blog é para quem se interessa por genealogia, história familiar e, de alguma forma, está ligado ao sangue dos D'Amatos. Você, D'AMATO de todo o mundo, ou mesmo aqueles que simpatizam por este sobrenome, é meu convidado a aprender um pouco mais sobre a família "do amado".


Queria eu poder fazer isto no idioma italiano. Ia ser lindo, não é? Talvez, mas não agora. Sou brasileiro do RJ, imigrante, tenho 31 (quase 32) anos, atualmente morando em Guimarães (Portugal). Embora eu consiga me expressar relativamente bem nesta língua e em inglês, prefiro muito mais COMEÇAR este blog em minha língua nativa. É provável que mais pra frente eu vá escrever também em italiano, para que nossos parentes da Itália nos encontrem mais facilmente. É um desejo que tenho conquistado pouco a pouco, dia após dia, e a experiência adquirida me apresenta histórias interessantes. A prova disto é que consegui "mapear" os D'AMATOS à época ao meu redor: no Rio de Janeiro (meus parentes!), os de São Paulo (descendentes de Giuseppe Ettore D'Amato), e os de Minas Gerais (de Sete Lagoas e regiões).


Nada mais justo poder contar a vocês, em breves palavras, o por quê eu comecei a estudar nossa história. Parece piada, mas eu não sou atualmente um D'AMATO. Sim, culpa da minha mãe. Meu pai se chamava Roberto Carlos D'AMATO Rodrigues, e eu sempre quis muito ter este sobrenome diferentão... mas como não tive escolha na hora de ser registrado no cartório, fiquei sem ele por capricho. O motivo? "Filho, eu não queria que você tivesse dificuldade de escrever seu nomezinho na escola". Fazer o quê, né!!! Eu até podia (e posso) mudar isto legalmente, mas vai dar um "trabalho" que eu ainda não estou disposto a ter. Sou casado... já tenho um filho... meu diploma da faculdade de Direito ficaria com um nome diferente... Enfim, acho que não dá mais tempo. Quem sabe quando eu der entrada na minha nacionalidade italiana?!  


Então, por objetivo principal, quero compartilhar o resultado das minhas descobertas sobre a história genealógica da família D'AMATO. Sou da linhagem oriunda de Rionero in Vulture, região de Potenza. Meu trisavô se chamava Marco D'AMATO (1869-1932), e com certeza vou fazer um post exclusivo sobre ele. Se considerarmos o mapa da Itália como uma "bota", a cidade dos meus antepassados estaria ali na região do tornozelo. Quero compartilhar com vocês toda a preciosidade que tenho encontrado por este caminho, que começou com uma curiosidade em 2015. Minha principal fonte de pesquisas atualmente é mesmo o site FamilySearch.org, o maior banco genealógico do mundo. Ainda não parti para outros sites, e olha quanta coisa já descobri!!!


Espero que tenha paciência. Eu não sei gerenciar um blog, e espero aprender a partir daqui. Mas não é só isso. Genealogia não é algo que se desenvolve de uma hora pra outra. São anos de pesquisa, de leitura, ponderações e a busca por um "feeling" apurado para descobertas que teimam em não se mostrarem claras à sua frente. Onde quer que estejam, eu sei que nossos antepassados QUEREM e PRECISAM que se faça esta pesquisa. Conhecer o passado é o primeiro passo pra entender o presente e a si próprio, pra só então tentar "antever" o futuro. Acredito que eles queriam ser lembrados. Quantas histórias teriam para nos contar? Nós, como crianças sentados aos seus pés junto à lareira, ouvindo tudo o que tinham pra nos passar sobre suas experiências de vida!


Sejam bem-vindos. Espero que descubram algo interessante sobre vocês mesmos.

Siamo ancora tutti unitti!!! =)




Come tutto è iniziato - Antônio Miguel D'AMATO (1901-1988)

 Ciao famiglia! Va bene? Neste  segundo post, quero continuar contando como começou o meu amor por genealogia. Estou à princípio respeitando...